mas me interessava o que não era meu.
não consegui voar
nem ouvir a flauta doce do poeta
Procurei o conselho
de quem tudo sabe
avô, avó e preto-velho
mas o silêncio continuava
e o descuido também.
não gostava de gente,
muito menos do espelho.
um dia resolvi unir palavras
num papel em branco.
neste dia entendi
que o silêncio não basta.
As palavras denunciam
elas expõem
o esconderijo
interno
que a mente
tenta camuflar.
percebi, então,
que a poesia jamais
vai me calar.
elas expõem
o esconderijo
interno
que a mente
tenta camuflar.
percebi, então,
que a poesia jamais
vai me calar.