Quase sempre
ela não se enxerga
na multidão.
Invisível,
senta-se na escada.
Todos a atropelam,
enquanto ela observa o mundo
do qual não faz parte.
O mundo a engole,
a enlouquece.
Um vai e vem constante,
muitas luzes, sacolas,
pessoas que anseiam pelo consumo.
Todos sorrindo em busca
de algo que necessitam
para camuflar toda a angústia
que carregam.
Enchem de maquiagem,
de sorrisos e compras,
ausência de naturalidade
e de pausa pra reflexão.
O tempo...
os passos não param
Tudo é preciso pra escapar da solidão.