quarta-feira, 29 de julho de 2015

A dose do santo

Sempre ouvi dizer que dose de cachaça não se pega de ninguém: não se rouba nem um tico sem pedir licença. Cachaça é pessoal, na dose exata do santo e de sua oferenda. Quem bebe a dose de cachaça dos outros padece na vida. Já quem divide sua garrafa generosamente garante amigos verdadeiros, capazes de compartilhar um momento intenso de encontro com o céu. Para isto, estava guardando uma das minhas preferidas, a Maria Izabel, autêntica, com nome de mulher charmosa. E não é que minha garrafa sumiu? Ela tinha destino certo, de agregar amigos e de agradar os santos, no entanto, um desalmado levou-me inteira. Fiquei sem o gosto docinho na boca, à espera de mais uma viagem à Paraty, terra da danada. E quem tomou? Não me interessa. O santo cuida deste Zé ruela melhor do que eu.