segunda-feira, 4 de abril de 2016

Olivia

Menina sapeca que nunca vi, mas conheço minuciosamente a presença doce e marcante. Já preparo os livros para recebê-la com poesia, para amenizar a dureza desse mundo onde ela vai chegar. Assim como as belas histórias e prosas, um mar de folhas servirá de tapete para os seus primeiros passos, comemorando o outono e a sua estreia caminhando.

Será que ela puxará o belo irmão, que dá o Tom da beleza e do encanto? Ou será que ela será morena, como a mãe? Tropicana, cor das caboclas da mata, que estão abençoando-a desde o ventre materno. Dentro do útero, Olivia já recebe toda a proteção e amor da madrinha, que já reza e pede a bênção de todos os guias àquela menina moleca, que vai nascer dominando a arte de ser feliz. Não importa as escolhas que fizer, sempre encontrará a felicidade, o sorriso e a leveza. Estará cercada por uma família extremamente especial, desde os tios, os avós, aos pais: a mãe, uma mulher com um sorriso maior que o mundo e uma enorme generosidade; o pai, um homem que emana sensibilidade e bom gosto.

Por onde passe, seja nos Estados Unidos, no Brasil, ou qualquer outro lugar, terá o dom de encantar, seja por sua beleza,  simpatia ou pela extrema bondade que refletirá de seus olhos. Se depender da dinda, Olivia, você será uma grande leitora e apreciadora de música. Espero que, um dia, a gente cante juntas Paulinho da Viola, Cartola, entre outros.

Onde quer que você esteja, no mais confortável esconderijo, quero que sinta todo o amor do mundo. Receba toda a poesia aí dentro da sua amada mãe. Quando você nascer, já terá uma biblioteca, em construção, te esperando. E, como diz Paulinho da Viola, que você venha aprender a falar com os passarinhos, a dividir com quem não tem, a fazer tudo o que sente e a viver do presente.